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Parabéns! Vocês abriu o baú corretamente a aventura continua!

A Carta ( segue )

Capítulo # 5

Com cuidado e habilidade, o avô das crianças encaixou os dois desenhos que se completavam.

Feito isso ele girou lentamente até que a figura de um cão correndo se transformou na figura de um belo dragão cuspindo fogo.

 

Só essa transformação já havia sido linda o suficiente.

Quando o dragão se formou, três figuras, uma em cada lado da caixa, se afastaram levemente. Betina então pegou a tampa e a levantou.

 

Dentro da caixa havia um grande número de moedas de um metal cinza escuro, que o doutor me explicou serem moeda de magnésio metálico, sem nenhum valor histórico.

— Se eu errasse a combinação - ele explicou, o ácido de ampolas escondidas na tampa reagiriam com o magnésio provocando um incêndio e uma grande explosão. Destruindo não só a caixa e seu conteúdo, mas provavelmente a pessoa responsável pela triste tentativa.

 

Felizmente ele conseguiu.

 

Enquanto explicava tudo isso cheio de orgulho, a velha Betina apagou as luzes do quarto. Na escuridão pude perceber que uma tênue luz escapava por entre as moedas de magnésio.

 

O doutor afastou um pouco as moedas. Por debaixo delas havia um belo globo fluorescente. Ao ser retirado cuidadosamente, percebi que era uma representação antiga do nosso planeta. Os continentes estavam lá, praticamente como os conhecemos. Havia também rios e montanhas representados. Mas o mais interessantes é que havia pontos bem brilhantes que pareciam ser cidades, só que suas posições não se pareciam com a posição das cidades que conhecemos hoje.

Talvez fossem as posições de cidades de uma civilização antiga, já desaparecida.

 

Eu estava sem ar naquele momento. Aquele brilho tinha algo de angelical. Ele iluminava a sala com uma luz verde azulada, que transmitia uma incrível paz a tudo e todos.

 

Simplesmente não dava para tirar o olhar do globo.

 

Foi quando Betina me tirou de meu encantamento perguntando:

— Você vê estes pontos que parecem cidades? Pois bem não são cidades como as conhecemos. Elas são os 7 pontos do povo de Tupckalauakaka.

— Como já lhe expliquei o povo de Tupckalauakaka é o povo mais antigo da terra, e ele mesmo deu origem a povos de muitos continentes. Mesmo sendo o povo mais antigo do planeta, eles ainda existem. Nunca foram muito numerosos para que não precisassem se expor.

 

Eles me explicaram que, ocasionalmente, um de seus membros se aventura por outros continentes com o objetivo exclusivo de contribuir com a evolução do povo visitado. Algumas vezes ajudam com conhecimento científico, outras vezes com organização de leis, algumas vezes com conceitos religiosos.

 

Havia sete baús como este, na mão de sete guardiões. Cada um destes globos e uma chave para se entrar no reino deste povo maravilhoso.

 

O crescimento da população mundial começou a pressionar muito o povo de Tupkalauakaka.

Um membro da alta corte do povo achou que deveria destruir os globos para que ninguém jamais se apoderasse dos seus segredos. A terra ainda não estava preparada para isso. Ele conseguiu destruir completamente cinco dos globos, mas foi descuidado e do sexto globo sobrou um pequeno pedaço que caiu nas mãos de inescrupulosos caçadores de tesouros. Uma carta de instrução colocada inocentemente com o globo explicava sua função. Como já não tinha brilho não foi possível localizar as cidades.

 

Infelizmente, o estrago estava feito, os caçadores sentiram o cheiro do tesouro que poderiam descobrir se chegassem a estas cidades misteriosas.

Mas a poucos anos os caçadores descobriram que o sétimo globo estava na posse de dois guardiões já muito velhinhos. Os meus amigos.

 

Com o perigo eminente o casal resolveu devolver a seu povo o último globo. Começamos então estudos buscando onde estava a cidade de Tupkalauakaka mais próxima.

 

Os velhinhos são muito inteligentes e aprendi muito com eles.

Se aproximaram de mim dizendo que queriam fazer uma viagem de passeio por mar e que tinham conhecido minha fama dos tempos de caçador de baleias.

 

A convite deles comecei a frequentar a casa, aos poucos foram me mostrando mapas. Ficamos íntimos. Só após me conhecerem bastante revelaram seu segredo.

 

Aí já não havia mais jeito, tive que ajudá-los.

 

Nossa viagem demorará alguns meses uma vez que a localização da cidade é bastante remota. Se não lhe conto mais é por sua segurança. Ninguém que sabe o que sei está seguro.

 

Sabendo de nossa situação eles reservaram uma quantia generosa em dinheiro que foi colocada num cofre no banco do centro da cidade.

 

Não revele o conteúdo desta carta a ninguém, do contrário você passará por grande perigo.

 

Obrigado por seu amor minha nega Frasinha."

e a carta estava assinada pelo Marido.

 

No pé da carta havia dois PS. o primeiro dizia:

"A chave do cofre está onde mora nosso coração"

No segundo PS havia a seguinte frase:

"Se você acha que sabe ler está enganado. Se você acha que sabe escrever está enganado. Se pensa que ouve está enganado. Se você pensa que vê está enganado. Só quando souber que nada disso sabe é que o segredo lhe será revelado." e seguir um desenho estranho.:

O importante segredo de Martinho e dos velhinhos havia sido revelado.

 

Será que Eufrásia poderia confiar que os dois senhores manteriam segredo da carta ?

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